Asfalto magnetizado pretende viabilizar uso de carros elétricos

Tecnologia que permite o carregamento por indução enquanto os veículos transitam pelas estradas está em desenvolvimento nos Estados Unidos e pode colocar em xeque os motores a combustão.

Os automóveis elétricos vêm despontando como a tecnologia do futuro e ganham cada vez mais adeptos no Brasil. Em 2021, a venda desse tipo de veículo triplicou e bateu recorde no país. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram emplacadas 2.860 unidades contra 801 no ano anterior. As montadoras apostam na tendência e a expectativa é superar 30 mil emplacamentos em 2022.

Vários fatores podem ajudar a explicar a baixa adesão aos veículos elétricos. Apesar do custo mais baixo por quilômetro rodado, os preços dos automóveis ainda são pouco acessíveis e giram a partir de R$ 150 mil. Outros motivos importantes são o baixo alcance das baterias, a demora para carregá-las e o receio de não encontrar estações de carregamento em viagens longas.

Entenda como funciona o concreto magnetizado

Para que os usuários possam recar-regar os veículos enquanto dirigem, a iniciativa utiliza um concreto magnetizado desenvolvido pela empresa alemã Magment. A tecnologia consiste em adicionar pequenas partículas de ferrita reciclada, uma mistura de óxido de ferro com lascas de níquel e zinco, ao concreto. Quando uma corrente elétrica atravessa esse material, cria um campo magnético capaz de transmitir energia para os veículos por indução, por meio de uma placa colocada geralmente embaixo do chassi.

As placas de concreto magnetizado possuem 3,6 metros de comprimento por 1,2 metros de largura e bobinas de fio que se conectam à rede elétrica. Elas são colocadas uma após a outra, formando uma linha contínua, que permite a transferência de energia e ficam a uma profundidade de alguns centímetros no solo. Ao redor delas está o material normal da estrada, seja o concreto ou o asfalto.

O projeto do que promete ser a primeira rodovia de concreto com carregamento sem fio do mundo está dividido em três fases. Após os testes e pesquisas realizados no campus West Lafayette da Universidade Purdue indicarem resultados positivos, o Indot está prestes a iniciar a construção de um segmento de 400 metros para avaliar a capacidade do concreto magnetizável em carregar caminhões pesados em alta potência, dentro do próprio campus. Se tudo correr bem, os testes serão ampliados para um trecho de uma das rodovias interestaduais de Indiana.

A sustentabilidade é a vantagem mais destacada do concreto magnetizado pelos desenvolvedores, que acreditam no potencial da tecnologia em contribuir para a redução das emissões de carbono no planeta. Para os usuários, a iniciativa significa uma redução no custo por quilômetro rodado. Um motor a combustão pode gastar até 70 reais em álcool ou gasolina para rodar 100 quilômetros, enquanto um carro elétrico custa até 16 reais a cada 100 quilômetros rodados.

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